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Expectativa de queda nos preços do etanol à medida que safra avança

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Preços do etanol tendem a continuar em queda, mas com moderação

O preço do etanol hidratado em Paulínia-SP encerrou o mês de março com queda de 3,4%, atingindo R$ 2,85 por litro, sem impostos. O início das operações das usinas para a safra 2025/26, somado ao clima seco de março, contribuiu para o crescimento da produção de etanol, o que resultou em maior oferta e, consequentemente, impactou os preços. A expectativa é que esse movimento de aumento da produção continue nos próximos meses, o que deverá pressionar os preços para baixo, embora de forma moderada, já que a demanda pelo biocombustível permanece aquecida.

Nos meses seguintes, é projetado que a colheita de cana atinja seu pico, aumentando consideravelmente a oferta de etanol. Com isso, a produção deverá continuar a crescer, o que tende a pressionar os preços até o final do primeiro semestre, conforme a sazonalidade da cultura.

Oferta menor de etanol em 2025/26 e mudanças na distribuição por tipo de etanol

Apesar do aumento da oferta de etanol com a colheita, espera-se que os preços não apresentem quedas acentuadas, devido à forte demanda. A análise da oferta e demanda da safra deste ano indica um cenário mais apertado em comparação ao ano anterior. A estimativa da produção de etanol à base de cana é de 23,5 bilhões de litros, o que representa uma queda de 13% em relação à safra passada. Já o etanol produzido a partir do milho deve crescer 17% no ano, atingindo 9,6 bilhões de litros. Com isso, a oferta total de etanol é projetada para cair 5% no ano, somando 33,1 bilhões de litros.

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Outro ponto relevante é a distribuição do etanol por tipo. A produção de etanol anidro deve aumentar sua participação na produção total, o que resultará em uma restrição de 12% no etanol hidratado destinado ao mercado de combustível durante todo o período.

Impactos na paridade do etanol com a gasolina e estimativas para a safra 2025/26

Dessa forma, a paridade do etanol hidratado em relação à gasolina na bomba dos postos precisará se manter acima da registrada na safra anterior. Para a safra 2025/26, a estimativa é que a paridade média no estado de São Paulo seja de 72%, superior aos 68% observados na safra 2024/25. Contudo, esse valor ainda dependerá do preço da gasolina da Petrobras, que se espera que se mantenha estável nos próximos meses.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado de café segue volátil com incertezas sobre tarifas dos EUA, clima no Brasil e queda nos estoques

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O mercado internacional de café voltou a registrar forte volatilidade na última semana, com movimentos irregulares nas cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). A falta de avanços concretos sobre a possível isenção das tarifas norte-americanas sobre as importações do Brasil, aliada às incertezas climáticas e à redução dos estoques certificados, manteve os investidores cautelosos e os preços instáveis.

De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, o cenário atual reflete a ausência de novidades relevantes e a influência da rolagem de contratos futuros, que tem acentuado os movimentos especulativos.

“Havia expectativa de que a reunião entre Lula e Trump resultasse na retirada da tarifa de 50% sobre o café brasileiro, mas até o momento nada mudou. O produto nacional continua pagando essa taxa para entrar nos Estados Unidos”, destacou Barabach.

Estoques certificados recuam e reforçam pressão nos preços

A queda dos estoques certificados na Bolsa de Nova York é outro fator que vem sustentando a volatilidade. Segundo Barabach, o volume total está em 418 mil sacas, sendo menos de 14 mil de origem brasileira.

Conforme reportagem da Reuters, tradings estão enviando cerca de 150 mil sacas de café arábica do Brasil para armazéns da bolsa na Europa, aproveitando o diferencial de preços. O movimento é motivado pelo fato de o mercado interno brasileiro não acompanhar a valorização internacional, tornando a entrega física mais lucrativa para os exportadores.

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Essa dinâmica, somada à rolagem dos contratos de dezembro/25, tem aumentado a tensão entre os operadores, segundo o consultor.

“O ambiente reforça o nervosismo e amplia o risco de novas oscilações. Mesmo que o movimento esteja parcialmente descolado do mercado físico, ele afeta os preços globais, reduz a liquidez e alimenta as incertezas”, observou Barabach.

Tarifas dos EUA alteram fluxo global e sustentam preços internacionais

As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao café brasileiro transformaram a dinâmica do comércio mundial da bebida. O país, que é o maior comprador de café do mundo, taxou seu principal fornecedor, responsável por mais de 30% do abastecimento norte-americano, o que gerou desequilíbrio nas negociações e sustentação artificial nos preços internacionais.

Barabach ressalta que o cenário se agravou pela entressafra em outras origens produtoras, deixando o Brasil praticamente isolado na oferta global. A tentativa de compensar o déficit com cafés da Colômbia, América Central, África e Ásia — incluindo robustas — não foi suficiente para suprir a demanda.

Como resultado, os diferenciais de venda dispararam. O café colombiano, por exemplo, chegou a ser negociado com ágio superior a +30 centavos de dólar por libra-peso no porto de Buenaventura, segundo o especialista.

Clima e floradas no Brasil mantêm incerteza sobre safra 2026

Além das tensões comerciais, o clima no Brasil segue como fator determinante para o comportamento dos preços. Após a abertura das floradas da safra 2026, o mercado observa com atenção o pegamento dessas flores, que depende de chuvas regulares nas principais regiões produtoras.

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Barabach explica que, após o movimento altista iniciado em agosto, impulsionado pelas tarifas, e a consolidação dos ganhos em setembro, o mês de outubro foi marcado por estabilidade com preços ainda elevados.

“As tarifas continuam em vigor, e as floradas diversas no Brasil adiam qualquer estimativa mais precisa sobre o potencial produtivo da safra 2026, o que mantém o ambiente de incerteza”, afirmou.

Perspectivas: decisão sobre tarifas pode definir rumo do mercado

Com estoques reduzidos nos Estados Unidos e a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, período de maior consumo, a indústria norte-americana pressiona por uma solução sobre as tarifas. Uma eventual isenção poderia trazer estabilidade e maior previsibilidade aos preços.

Enquanto isso, o avanço das exportações de países como Vietnã, Colômbia, Etiópia e América Central tende a aliviar o abastecimento global. Paralelamente, os “crop tours” da nova safra brasileira devem ganhar força ao longo de novembro, oferecendo as primeiras indicações sobre o potencial produtivo de 2026.

“O mercado ainda espera sinais mais claros. Por enquanto, evita assumir uma direção definida”, concluiu Barabach.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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