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Exportações de Milho: Cenário Promissor para o Brasil em 2025

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As exportações brasileiras de milho encerraram 2024 com um volume total de 39,783 milhões de toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Apesar de significativo, o número representa uma redução de 28,8% em relação à marca recorde de 55,898 milhões de toneladas atingida em 2023, ano em que o Brasil se consolidou como o maior exportador mundial do grão.

Segundo Stefan Podsclan, consultor de Grãos e Projetos na Agrifatto, a queda foi influenciada por uma menor produção, estimada entre 122 e 123 milhões de toneladas em 2024, frente à colheita superior a 132 milhões de toneladas em 2023. Outros fatores incluem a crescente demanda doméstica de milho para os setores de produção de proteínas animais e etanol, que consumiu 17,7 milhões de toneladas no último ano. Apesar disso, os estoques internos se mantiveram em níveis confortáveis.

Perspectivas otimistas para 2025

Para 2025, as condições iniciais são favoráveis a um aumento das exportações, impulsionado por uma previsão de maior oferta interna e pela valorização do dólar, que ultrapassou R$ 6,00 ao final de 2024. Segundo João Vitor Bastos, analista de mercado da Pátria Agronegócio, esse cenário torna o milho brasileiro altamente competitivo no mercado internacional.

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em seu boletim de dezembro um aumento de 1% na área destinada ao plantio da segunda safra de milho, totalizando 16,596 milhões de hectares. Daniel Rosa, diretor técnico da Abramilho, também destacou a expectativa de recuperação da produção em 2025, ainda que abaixo dos recordes registrados em 2022/2023.

China e os desdobramentos geopolíticos

Um ponto de atenção para o mercado é a relação entre Estados Unidos e China. Tensões ou cooperação entre as duas potências podem impactar diretamente as exportações brasileiras. Em 2023, a China foi o principal destino do milho brasileiro, adquirindo 27% do total exportado, enquanto em 2024 essa participação caiu para 5,8%. A postura do recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à China, será determinante para o cenário comercial.

Ronaldo Fernandes, analista de mercado da Royal Rural, alerta que a presença de Xi Jinping na posse de Trump, em 20 de janeiro, pode sinalizar uma tentativa de aproximação. “Se houver um acordo comercial, isso pode redirecionar a demanda chinesa para os Estados Unidos, prejudicando o Brasil. Por outro lado, tensões comerciais favoreceriam as exportações brasileiras, especialmente considerando as condições vantajosas do milho nacional frente aos concorrentes internacionais”, avalia Fernandes.

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Confiança na qualidade do produto brasileiro

De acordo com Paulo Bertolini, presidente da Abramilho, a qualidade superior do milho brasileiro é um diferencial competitivo importante. “Em recentes reuniões na China, recebemos feedback positivo sobre o milho do Brasil, que é visto como superior ao de outros fornecedores”, afirma Bertolini. Ele acredita que, em um cenário de tensões entre EUA e China, o Brasil poderia retomar sua posição de destaque como fornecedor preferencial para o mercado asiático.

O setor segue aguardando definições geopolíticas que possam moldar o futuro das exportações, mantendo otimismo sobre a competitividade e a capacidade de atender à demanda global em 2025.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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Relatório Agro Mensal do Itaú BBA Analisa o Mercado de Algodão em 2024

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O mercado de algodão segue um cenário de contrastes, com a cotação internacional em queda, enquanto o mercado interno brasileiro experimenta valorização. De acordo com o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, o algodão, após apresentar uma queda significativa em Nova Iorque, mostra sinais de recuperação no Brasil, impulsionado por fatores como a entressafra e o aumento nos prêmios de exportação.

Queda no mercado internacional e recuperação no Brasil

Em 2024, o algodão viu uma queda de 1% na NYBOT em março, seguida de uma redução adicional de 0,5% na primeira quinzena de abril, atingindo o valor de USDc 65,5/lb. A diminuição dos preços reflete uma projeção de mercado global mais abastecido, agravada pela guerra comercial e temores de uma possível recessão global. Os Estados Unidos, o maior mercado de têxteis e vestuário, e a China, o maior importador de algodão, são diretamente afetados por essa instabilidade, com as tarifas impostas pela guerra comercial impactando o mercado de forma negativa.

No entanto, o mercado interno brasileiro de algodão tem apresentado resistência. Em março, os preços subiram 2%, e na primeira metade de abril, a alta foi de 0,7%, chegando a R$ 4,01/lb em Rondonópolis. O período de entressafra e o aumento nos prêmios de exportação ajudaram a impulsionar os preços internos, que chegaram a USDC 4/lb em março, contra USDC -14/lb no mesmo mês de 2024.

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Expectativas para a safra 2024/25

A produção de algodão no Brasil para a safra 2024/25 deve ser recorde. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima suas estimativas de produção, com um aumento de 1,8%, o que poderá resultar em uma safra de 3,9 milhões de toneladas, um crescimento de 5,1% em relação à safra anterior. As exportações também devem bater recordes, com previsão de 3 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 7% sobre a temporada anterior. Até o momento, o Brasil já exportou 2,2 milhões de toneladas, um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Produção e exportações da China

No cenário mundial, a China se destaca com uma produção de algodão estimada em 7 milhões de toneladas para a safra 2024/25, representando um aumento de 17% em relação à safra anterior e atingindo o maior volume em mais de uma década. Esse aumento fará com que a China produza mais de um quarto do algodão mundial e, consequentemente, reduza sua necessidade de importação da pluma. A previsão é que as importações chinesas de algodão caiam de 3,3 milhões de toneladas para 1,4 milhão de toneladas na próxima safra.

Desafios nos Estados Unidos e impacto nas exportações globais

Nos Estados Unidos, a área plantada de algodão deve sofrer uma redução de 500 mil hectares (-11%) para a safra 2025/26, devido à competição com outras culturas, como o milho, e à seca severa que atinge o Texas, estado responsável por 30% da produção de algodão do país. Além disso, a guerra tarifária com a China, que impôs tarifas de 125% sobre as importações de algodão dos EUA, deve reduzir a demanda por produtos de algodão dos Estados Unidos, favorecendo outros produtores, como o Brasil, que pode preencher a lacuna deixada pelos americanos no mercado global.

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Perspectivas globais

Embora o Brasil se beneficie da redução na produção de algodão nos Estados Unidos, os riscos de uma recessão global podem pesar sobre a demanda e impactar negativamente os preços da pluma. A forte correlação entre o preço do algodão e a atividade econômica torna o mercado vulnerável às incertezas econômicas, tanto nos países consumidores quanto nas nações produtoras.

O relatório conclui que, apesar de desafios globais, o Brasil tem se destacado como um fornecedor resiliente no mercado de algodão, com boas perspectivas para a safra 2024/25, especialmente com a expectativa de novos recordes nas exportações.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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