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Mercado de Café em Alerta Após Empresas Brasileiras Buscarem Justiça para Negociar Dívidas

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O mercado internacional de café está em alerta depois que as empresas brasileiras Atlantica e Cafebras recorreram à Justiça para reestruturar suas dívidas, impactadas pelo aumento nos preços globais do café arábica. O cenário adverso, decorrente de uma safra prejudicada pela seca no Brasil, levou os futuros do café arábica na Bolsa ICE (International Commodity Exchange) a atingirem os níveis mais altos dos últimos 50 anos, criando um clima de incerteza para comerciantes e produtores.

O aumento dos preços tem gerado uma pressão crescente sobre os traders, que enfrentam custos elevados para manter posições vendidas em contratos futuros, em um esforço para proteger seus negócios no mercado físico. Este aumento de custos está relacionado às chamadas de margem, quantias adicionais que os traders precisam pagar como garantia contra possíveis perdas.

Na quarta-feira, as empresas Atlantica e Cafebras informaram que estavam tentando reestruturar suas dívidas, citando como principais fatores os problemas gerados por colheitas ruins e a alta inadimplência no setor. As empresas alegaram ainda ter cerca de 900 mil sacas de café pendentes de recebimento de produtores que não cumpriram suas promessas de entrega.

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Impactos no mercado global

A expectativa entre os traders é de que essas empresas não sejam as únicas a enfrentar dificuldades financeiras, o que pode resultar em uma pressão adicional nos preços do café. Alguns comerciantes destacam que as dívidas acumuladas pelas empresas podem chegar a cerca de meio milhão de sacas, o que está afetando diretamente a liquidez do mercado. Esse cenário está elevando ainda mais os preços, com os futuros do café arábica já registrando uma alta de cerca de 40% neste mês, ultrapassando a marca de 3 dólares por libra-peso.

Especialistas afirmam que o mercado pode continuar a subir, e alguns já apontam a possibilidade de o preço atingir 3,50 dólares por libra-peso. “Estamos percebendo que o problema está se espalhando e impactando o mercado de forma crescente”, afirmou um trader, refletindo o crescente temor sobre a instabilidade do setor. A previsão é de que as dificuldades enfrentadas por essas empresas brasileiras possam se refletir no aumento dos preços do café para os consumidores finais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Fonte: Portal do Agronegócio

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Mercado de café segue volátil com incertezas sobre tarifas dos EUA, clima no Brasil e queda nos estoques

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O mercado internacional de café voltou a registrar forte volatilidade na última semana, com movimentos irregulares nas cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). A falta de avanços concretos sobre a possível isenção das tarifas norte-americanas sobre as importações do Brasil, aliada às incertezas climáticas e à redução dos estoques certificados, manteve os investidores cautelosos e os preços instáveis.

De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, o cenário atual reflete a ausência de novidades relevantes e a influência da rolagem de contratos futuros, que tem acentuado os movimentos especulativos.

“Havia expectativa de que a reunião entre Lula e Trump resultasse na retirada da tarifa de 50% sobre o café brasileiro, mas até o momento nada mudou. O produto nacional continua pagando essa taxa para entrar nos Estados Unidos”, destacou Barabach.

Estoques certificados recuam e reforçam pressão nos preços

A queda dos estoques certificados na Bolsa de Nova York é outro fator que vem sustentando a volatilidade. Segundo Barabach, o volume total está em 418 mil sacas, sendo menos de 14 mil de origem brasileira.

Conforme reportagem da Reuters, tradings estão enviando cerca de 150 mil sacas de café arábica do Brasil para armazéns da bolsa na Europa, aproveitando o diferencial de preços. O movimento é motivado pelo fato de o mercado interno brasileiro não acompanhar a valorização internacional, tornando a entrega física mais lucrativa para os exportadores.

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Essa dinâmica, somada à rolagem dos contratos de dezembro/25, tem aumentado a tensão entre os operadores, segundo o consultor.

“O ambiente reforça o nervosismo e amplia o risco de novas oscilações. Mesmo que o movimento esteja parcialmente descolado do mercado físico, ele afeta os preços globais, reduz a liquidez e alimenta as incertezas”, observou Barabach.

Tarifas dos EUA alteram fluxo global e sustentam preços internacionais

As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao café brasileiro transformaram a dinâmica do comércio mundial da bebida. O país, que é o maior comprador de café do mundo, taxou seu principal fornecedor, responsável por mais de 30% do abastecimento norte-americano, o que gerou desequilíbrio nas negociações e sustentação artificial nos preços internacionais.

Barabach ressalta que o cenário se agravou pela entressafra em outras origens produtoras, deixando o Brasil praticamente isolado na oferta global. A tentativa de compensar o déficit com cafés da Colômbia, América Central, África e Ásia — incluindo robustas — não foi suficiente para suprir a demanda.

Como resultado, os diferenciais de venda dispararam. O café colombiano, por exemplo, chegou a ser negociado com ágio superior a +30 centavos de dólar por libra-peso no porto de Buenaventura, segundo o especialista.

Clima e floradas no Brasil mantêm incerteza sobre safra 2026

Além das tensões comerciais, o clima no Brasil segue como fator determinante para o comportamento dos preços. Após a abertura das floradas da safra 2026, o mercado observa com atenção o pegamento dessas flores, que depende de chuvas regulares nas principais regiões produtoras.

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Barabach explica que, após o movimento altista iniciado em agosto, impulsionado pelas tarifas, e a consolidação dos ganhos em setembro, o mês de outubro foi marcado por estabilidade com preços ainda elevados.

“As tarifas continuam em vigor, e as floradas diversas no Brasil adiam qualquer estimativa mais precisa sobre o potencial produtivo da safra 2026, o que mantém o ambiente de incerteza”, afirmou.

Perspectivas: decisão sobre tarifas pode definir rumo do mercado

Com estoques reduzidos nos Estados Unidos e a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, período de maior consumo, a indústria norte-americana pressiona por uma solução sobre as tarifas. Uma eventual isenção poderia trazer estabilidade e maior previsibilidade aos preços.

Enquanto isso, o avanço das exportações de países como Vietnã, Colômbia, Etiópia e América Central tende a aliviar o abastecimento global. Paralelamente, os “crop tours” da nova safra brasileira devem ganhar força ao longo de novembro, oferecendo as primeiras indicações sobre o potencial produtivo de 2026.

“O mercado ainda espera sinais mais claros. Por enquanto, evita assumir uma direção definida”, concluiu Barabach.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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