A Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI) prendeu em flagrante em Cuiabá, nesta terça-feira (04.02), um homem de 45 anos, suspeito da comercializar contas bancárias que eram utilizadas para o receber valores provenientes de golpes.
O suspeito foi localizado em um supermercado atacadista na capital. Foram apreendidos diversos cartões de contas bancárias abertas em nome do suspeito, que eram usadas para receber dinheiro das práticas criminosas.
Em interrogatório, o suspeito admitiu ter vendido suas contas bancárias, pelo valor de R$ 200,00, a pessoas que conheceu em grupos de uma rede social. Ele alegou, no entanto, que desconhece que as contas seriam utilizadas para a aplicação de golpes.
O suspeito foi autuado em flagrante pela prática do crime de fraude virtual tentada e foi encaminhado à audiência de custódia no Fórum da Comarca de Cuiabá.
As investigações prosseguirão para identificar os demais envolvidos na prática de golpes.
A investigação da Gerência e da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco) sobre um esquema de extorsão contra comerciantes de Várzea Grande apurou que duas advogadas foram colocadas a serviço de uma facção criminosa para fiscalizar o depoimento de vítimas e testemunhas à Polícia Civil.
As duas profissionais foram alvos de mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais, cumpridos na segunda-feira (10.2), durante a deflagração da Operação A César o que é de César. As advogadas também tiveram decretados o afastamento dos sigilos bancários.
A investigação da GCCO/Draco investiga o esquema, liderado por dois integrantes da facção, para extorquir comerciantes instalados no centro popular de comércio (camelódromo) de Várzea Grande, exigindo o pagamento de uma taxa de 5% sobre o faturamento mensal das lojas, sob a ameaça de terem seus estabelecimentos incendiados. A Polícia Civil iniciou a apuração em novembro do ano passado, após receber denúncias de que os comerciantes estavam sendo coagidos pelos criminosos.
As ameaças se estenderam ainda para que as vítimas e testemunhas fossem coagidas a serem acompanhadas pelas duas advogadas, durante oitivas na GCCO, sem que eles tivessem solicitado os serviços advocatícios. Desta forma, a GCCO também apura no inquérito policial o crime de embaraço à investigação.
A investigação apurou que os faccionados ameaçavam as vítimas dizendo que, caso fossem intimadas pela Polícia Civil, deveriam negar os fatos e anunciaram que seria enviado um advogado para acompanhá-las com o objetivo de impedir o livre depoimento.
O esquema de extorsão e ameaças é liderado pelo criminoso O.R, conhecido pelo apelido de Shelby. Ele e o principal comparsa foram presos durante a operação. O.R. se apresentava como “disciplina” da facção ao abordar os lojistas e, junto com os cúmplices, monitoravam as rotinas e mantinham presença constante nos estabelecimentos, sob o pretexto de oferecer “segurança”.
Diante da recusa das vítimas em fazer os pagamentos, o grupo recorria a ameaças de morte, violência física e incêndios criminosos contra os comerciantes, funcionários e familiares.
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