A Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos de Veículos de Cuiabá (Derfva), prendeu, nesta quinta-feira (28.11), quatro investigados por participação em um roubo executado com violência. Os autores do crime foram presos em Cuiabá e Várzea Grande.
O crime ocorreu na Comunidade Quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, quando as vítimas foram agredidas, além dos animais de estimação que foram espancados e um decapitado.
De acordo com as investigações, os suspeitos invadiram a residência das vítimas na noite do dia 27 de novembro. Se passando por policiais, os criminosos usaram uniformes falsos, coletes balísticos e armas de fogo para intimidar os moradores. No momento da invasão, cinco pessoas, entre crianças e idosos, estavam na casa.
Sob constante ameaça, as vítimas foram amarradas com lençóis rasgados, agredidas fisicamente e mantidas reféns por horas. Os criminosos ainda decapitaram um papagaio da família e espancaram de um cachorro de estimação.
Além das agressões, os criminosos obrigaram as vítimas a realizar uma transferência bancária no valor de R$ 1.000,00. Os suspeitos também subtraíram diversos pertences da residência, incluindo um veículo utilizado para a fuga.
Após o registro do crime, equipes da Derfva iniciaram diligências e analisaram imagens de câmeras de segurança e ouviram testemunhas.
Informações apontaram que o veículo roubado estava em Várzea Grande. Durante as buscas, os policiais prenderam um dos suspeitos em flagrante. Já veículo roubado, com as placas originais, estava estacionado nas proximidades.
Na casa do suspeito foram encontrados materiais relacionados ao crime, incluindo uma maleta com equipamentos de medição.
Após a primeira prisão, a equipe da Derfva identificou os demais membros do grupo. Em diligências subsequentes, outros três suspeitos foram localizados em Cuiabá e Várzea Grande.
Durante as prisões, foram apreendidos coletes balísticos, rádios comunicadores, dinheiro em espécie e outros itens que reforçaram o vínculo dos detidos com o crime. Em depoimentos, o grupo assumiu a participação no roubo e detalhou como o roubo foi planejado e executado.
Os relatos das vítimas demonstraram o desespero vivido dentro da casa. As vítimas relataram a sensação de impotência diante das ameaças dos criminosos, que agiram com frieza durante toda a ação.
O delegado titular da Derfva, Diego Martimiano, destacou o trabalho integrado das equipes policiais diante da gravidade do caso. “Foi um crime de extrema brutalidade, que expôs as vítimas a um sofrimento desumano e envolveu crueldade contra animais. A resposta rápida da Polícia Civil demonstra o nosso compromisso com a segurança da população e a garantia de justiça para as vítimas”, afirmou.
Os autores do roubo permanecem detidos e a delegacia especializada fará a análise do material apreendido com o grupo. Informações preliminares indicam que o grupo pode ter envolvimento em outros crimes na região, o que será apurado na investigação.
A Polícia Civil de Mato Grosso aderiu ao protocolo Amber Alerts, sistema adotado pelo Ministério da Justiça no Brasil para auxiliar na divulgação em redes sociais sobre desaparecimentos ou sequestros de crianças ou adolescentes em situações de risco.
O sistema de alertas dispara publicações nas plataformas da Meta, que incluem o Facebook e Instagram, para anunciar a descrição da criança sequestrada ou desaparecida e informações sobre suspeitos de envolvimento no crime. O alerta é publicado no raio de até 160 quilômetros do local onde a vítima foi vista pela última vez.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública aderiu ao Termo de Cooperação com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para que a Polícia Civil possa usar o sistema Amber, que no Brasil é gerido pelo órgão federal.
Em Mato Grosso, o serviço é coordenado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que tem o Núcleo de Pessoas Desaparecidas e dá suporte às delegacias do interior na apuração sobre o desaparecimento de pessoas. No caso do protocolo Amber, o alerta é direcionado para a divulgação sobre o sumiço de menores de idade em situação suspeita e que possa colocar em risco a integridade física da vítima.
A mensagem de desaparecimento ficará disponível por até 24 horas nas redes sociais, com telefones de contato da Polícia Civil para envio de informações sobre o possível paradeiro da vítima.
O delegado titular da DHPP, Rodrigo Azem, explica que as informações sobre a criança ou adolescente desaparecido em circunstâncias que apontam risco são enviadas ao Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Senasp, que envia o alerta à empresa proprietária do Instagram e Facebook.
As Delegacias Regionais da Polícia Civil no interior do Estado receberam instruções nesta semana sobre o funcionamento do Amber Alert, que será divulgado a todas as delegacias de Mato Grosso.
Para o delegado Roberto Amorim, do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP, o alerta é uma ferramenta importante para auxiliar na apuração sobre menores de idade que estejam em possível risco e tem um alcance maior na divulgação.
Ministério da Justiça
No Brasil, o Amber Alert é gerido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que se tornou signatário do serviço em 2023 após um acordo de cooperação com a empresa Meta.
A cooperação estabelece que as Polícias Civis dos estados, após identificar que o caso se enquadra nos requisitos do Amber Alerts – crianças e adolescentes vítimas desaparecidas e com iminente risco de lesão corporal – repassa as informações ao Ciberlab do Ministério da Justiça, que comunica a empresa Meta. Caso a vítima seja localizada, o alerta será removido. Em caso de novas informações sobre a mesma vítima, o protocolo do alerta pode ser acionado mais de uma vez.
O Brasil foi o 33º país a aderir ao Amber para localizar crianças e adolescentes desaparecidos.
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